O casamento é uma instituição divina e sagrada, fundado desde o início da civilização pelo próprio Deus. "O homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne. O homem e sua mulher viviam nus, e não sentiam vergonha". (Gênesis 2:24-25) O texto é muito elucidativo: o casamento é entre um (1) homem e uma (1) mulher. Isso significa que diante de Deus não há casamento entre homem e homem, nem entre mulher e mulher, nem entre um homem e mais de uma mulher ou uma mulher e mais de um homem, seja esta poligamia simultânea ou consecutiva. Portanto, é impossível para a Igreja aceitar casamento homossexual sem desvirtuar sua visão de Reino de Deus. E creio que a Igreja luta para implantar o Reino de Deus na Terra.
E é sobre esse "implantar o Reino de Deus na Terra" onde a Igreja mais tropeça nos dias de hoje.
Implantar o Reino de Deus significa implantar um princípio importantíssimo que Jesus ensinou: as liberdades individuais. ""O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor". Então ele fechou o livro, devolveu-o ao assistente e assentou-se. Na sinagoga todos tinham os olhos fitos nele; e ele começou a dizer-lhes: "Hoje se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir"." (Lucas 4:18-21) Veja que Jesus não falou somente sobre o compromisso de recuperar a vista aos cegos, mas também sobre o compromisso de libertar os oprimidos.
Assegurar que os gays sejam livres para fazer suas escolhas deve também ser uma luta da Igreja, bem como assegurar que os capitalistas tenham direito de expor suas ideias ou assegurar que os umbandistas tenham o direito de praticar sua religião, mesmo que não concorde com eles. Uma nação onde as liberdades individuais são preservadas é o sonho de uma nação onde o Reino de Deus está sendo implantado a contento, mesmo que diante da Bíblia algumas posições possam ser pecaminosas. Deus deu ao homem o direito de escolher e isto é maravilhoso. O amor de Deus não aprisiona ninguém. O amor de Deus nos faz livres e Deus nos amou - amou o Mundo - mesmo sabendo os caminhos que iríamos trilhar. Assegurar a liberdade dos outros é assegurar minha própria liberdade: liberdade de dizer o que julgo ser errado, liberdade de buscar a Deus como a Bíblia ensina, liberdade de ser quem devo ser em Cristo. Se cercear estas liberdades nos outros, dou a eles a munição necessária para que combatam minha liberdade.
Implantar o Reino de Deus também significa implantar a Justiça. "Pois eu lhes digo que se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos céus" (Mateus 5:20). E, por uma questão de justiça, acredito que a união civil entre homossexuais deve ser assegurada. Não é justo que um casal homossexual (ou heterossexual) viva durante 20 ou 30 anos juntos e, diante do falecimento de um deles, o outro não tenha direito a pensão previdenciária ou herança, como nos dias de hoje. Eles devem ter direito ao que é justo e direito a colher o que foi plantado durante esta união. Para esclarecer isso, há alguns anos o Brasil era um país católico (hoje, em tese, é laico). Naquela época, não tão distante, o casamento fora da Igreja Católica não era reconhecido, não dava direito a propriedade ou herança por parte do cônjuge, os templos de outras religiões não eram reconhecidos como tal e não podiam ostentar símbolos de fé. Não quero que outros passem pelo que passamos. Eles precisam ter seus direitos assegurados.
É importante salientar que "união civil" é uma coisa e "casamento" é outra. A união civil não é casamento diante de Deus conforme a Bíblia nos mostra. O casamento é muito mais do que união civil. As pessoas se casavam mesmo sem ter direito a união civil e eram aceitas diante de Deus. Assim como existe gente nos dias de hoje que se casam mas, pelo andar da sua vida, não é nem casamento, nem união civil, nem amor, nem paixão, nem nada. Muitos vivem um cenário de filme com remendos por todos os lados e muita maquiagem para fingir que estão em um casamento. A cerimônia em si não é casamento. Casamento se faz diante de Deus no dia-a-dia, deixando o pecado e se convertendo do mal caminho.
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