Creio que a Igreja necessita de constantes reformas. E hoje, principalmente no Brasil, o movimento chamado evangélico necessita de uma reforma gigantesca. Dando uma olhadela nas teses de Lutero escritas há quase 500 anos, vejo que pouca coisa mudou. Os aproveitadores da fé estão atentos. Por isso, escrevi esta versão das teses de Lutero. Não foge ao que o reformador escreveu, mas foi adequada à nossa realidade e tempo.
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Estou chamando todo mundo pra discutir alguns pontos que acho importantes. Comecei a pensar sobre eles porque estou buscando a verdade. Quem quiser falar pessoalmente, estou à disposição. Quem não puder, mande por escrito. Em nome do Senhor Jesus Cristo, amém!
Tese 1
Jesus Cristo, que é nosso Senhor e Mestre, disse pra gente se arrepender dos nossos pecados. É claro que este negócio de arrependimento não acontece só uma vez na vida, porque todo mundo continua pecando. Então, o que Ele ensinou é que devemos nos arrepender todos os dias.
Tese 2
O arrependimento como Jesus ensinou não é o mesmo que a confissão aos padres e o cumprimento de algumas penitências que eles escolhem pras pessoas. As pessoas nem estão se arrependendo, elas pecam, confessam e cumprem a penitência na maior cara-de-pau.
Tese 3
Mas arrependimento de verdade não é só arrependimento no coração, arrependimento por dentro, no quarto fechado. Se o arrependimento não muda sua maneira de viver, nem considero isso como arrependimento. O arrependimento dos pecados tem que me levar para longe dos pecados.
Tese 4
Como a gente tenta mas não consegue abandonar o pecado completamente, o arrependimento e a vergonha pelos nossos pecados já são a penitência que cada um tem que pagar. E se a gente não consegue abandonar completamente o pecado, dá pra saber que deveremos passar por estas coisas a vida toda.
Tese 5
Sobre o arrependimento, já ouvimos um monte de coisas. O grande problema é que as pessoas estão abandonando o arrependimento para seguir procedimentos religiosos.
Tese 6
Quando diz que pode perdoar a dívida que alguém tem com Deus, na verdade o sacerdote está apenas dando um OK para o que Deus já perdoou. A dívida do pecado não é devida a qualquer líder religioso, ela é devida somente a Deus, a não ser que tenha alguma coisa que Deus autorizou ao líder religioso. Nesse caso, o arrependimento seria inútil porque dependeria da boa vontade de quem possui a autoridade para anular ou perdoar a dívida.
Tese 7
Se a pessoa não for humilde o suficiente para perceber o seu erro, se não tem arrependimento, se não é obediente ao que diz a Bíblia, Deus não vai perdoar a dívida mesmo.
Tese 8
Acontece que algumas destas regras que alguns pregadores assinaram a respeito de como os pecados devem ser pagos, são impostas somente a pessoas que estão bem vivas e com saúde para poder pagar da maneira como eles querem. Quem está à beira da morte não precisa pagar nada.
Tese 9
No caso de quem já está morrendo, a pessoa vai se confessar diretamente ao Espírito Santo que não tem nenhum tipo de decreto ou regra sobre estas questões. O Espírito Santo vai entender certinho e não vai ficar fazendo cobranças que a pessoa não pode pagar.
Tese 10
Como a coisa ficou desigual, ou seja, pra quem tá legal é uma regra e pra quem tá morrendo é outra regra, passaram a falar de um lugar novo chamado purgatório. Na minha visão das coisas, isso é tanto uma loucura quanto um ato de má-fé que os líderes religiosos estão querendo colocar na conta de quem está nas últimas. Querem dizer que ele tem que ir pra lá e pagar o que não podia pagar em vida.
Tese 11
Já expliquei a questão lá atrás: o arrependimento e a vergonha na cara já são mais que suficientes, desde que nossa atitude sofra mudanças. Mas o problema deles é que inventaram esse monte de regras e agora essa nova regra sobre purgatório surgiu. De certo, os verdadeiros profetas estavam numa soneca quando os caras inventaram e aprovaram essa maluquice toda.
Tese 12
E tem mais: algumas vezes a pessoa tinha que pagar pelo perdão antes mesmo de ser dado. A pessoa tinha que provar, com o pagamento de certas ofertas, que ela estava sendo sincera, arrependida e envergonhada. Só depois o líder religioso oferecia o perdão.
Tese 13
Pensa um pouco aí: e as pessoas que estavam morrendo? Como iam pagar as penitências que os sacerdotes cobravam? Depois que morreu, não tinha mais como cobrar nada, não tinha como condenar ou tornar inocente. A pessoa morreu e, graças a Deus, foi dispensada de qualquer lei que o líder ou a Igreja tenham inventado.
Tese 14
Se a pessoa que está morrendo não amou a Deus ou ao seu próximo como deveria, ou mesmo se não fez algumas coisas como orar, ler a Bíblia, dar uma esmola, é claro que ela vai ficar com muito medo do que vai acontecer depois da morte. Na verdade, quanto menos ela amou e fez, mais medo ela vai ter.
Tese 15
Esse medo, esse horror todo a respeito do que vai acontecer na outra vida, já é suficiente para causar na pessoa uma angústia muito grande, igual ensinam a respeito do purgatório. A pessoa fica desesperada porque já começa a pensar sobre o sofrimento que a espera.
Tese 16
Esses ensinamentos sobre inferno, purgatório e céu ficaram confusos. Estas três coisas deveriam ser muito diferentes umas das outras, mas do jeito que ensinam, parece que as pessoas precisam escolher entre o desespero completo, o desespero incompleto, o quase desespero ou a certeza do desespero.
Tese 17
Se o que ensinam a respeito do purgatório é verdade, então deveria ser um lugar onde a angústia, o medo e o horror vão diminuindo a cada dia enquanto o amor vai crescendo e aumentando na alma que está sofrendo por lá.
Tese 18
O grande problema desta doutrina do purgatório é que ninguém pode afirmar, por mais boa que seja sua intenção ou seu conhecimento da Bíblia, que no purgatório existem pessoas sofrendo para pagar seus pecados mas que, ao mesmo tempo, não tem o que fazer para pagar, pois suas obras no mundo já estão terminadas. Também não tem como afirmar que estas pessoas estão crescendo no amor pelos outros, pois os vivos estão todos aqui.
Tese 19
E sobre a salvação? Ninguém pode afirmar que as almas que estão no purgatório tem certeza de que vão para o céu e não tenham medo de serem enviadas ao inferno. O mais curioso é que lá no purgatório ninguém sabe, mas aqui as regras que os pregadores ensinam dizem isso com todas as letras.
Tese 20
Quando Deus perdoa alguém, Ele perdoa por completo. Ele esquece. Ele lança no fundo do mar. Mas o líder religioso não quer admitir isso e se finge de desentendido. Esta classe de líderes se esqueceu que a expressão “perdão total de todos os pecados” significa o perdão de todo medo, angústia ou penalidade.
Tese 21
Com isso, muitas pessoas começaram a falar sobre prosperidade financeira, ofertas, correntes e campanhas, aquelas coisas que se fazem para alcançar o perdão dos pecados, incluindo aí ofertas em dinheiro. Estas pessoas que ensinam sobre prosperidade estão erradas porque quem pecou não necessita de obra ou oferta alguma para ser perdoado. Foi uma invenção para colocar sobre os vivos o peso dos pecados de quem já morreu.
Tese 22
O que a pessoa fez nesta vida está feito. Não existe mais nenhuma penalidade ou penitência que possa ser paga e ninguém que esteja vivo pode pagar pelo erro de outra pessoa que esteja no purgatório.
Tese 23
Se existisse perdão total do pecado através das obras, seria concedido somente a pessoas perfeitas, que não existem. Mesmo os mais santos que conhecemos são muito poucos.
Tese 24
Quando não ensinam isto ao povo, na verdade estão enganando os coitados com estas promessas de perdão total através das obras. As pessoas simples de fé acabam se impressionando e acreditando na baboseira deles.
Tese 25
As pessoas precisam entender que apóstolo não tem mais poder do que um bispo ou um pastor em sua pequena igreja. Não tem como colocar e nem tirar as pessoas do purgatório, não tem como salvar a alma de ninguém, tanto dos que pagam como dos que não pagam, mesmo que sejam seus familiares.
Tese 26
Se estas pessoas são tão poderosas quanto dizem, por que o não utilizam este poder para liberar as pessoas do inferno e do sofrimento? Porque eles não possuem este poder! Por isso afirmam que as almas precisam ser ajudadas através das ofertas ou da oração pelos que já morreram.
Tese 27
Isso virou um comércio, um negócio. Dizem para as pessoas mais simples que no momento em que as moedas fazem barulho ao bater no fundo da caixa de ofertas, a alma pela qual o fiel está pagando é libertada do purgatório.
Tese 28
Na verdade, quando as moedas fizerem barulho no fundo da caixa de ofertas, vai fazer crescer e aumentar o lucro dos mercenários e o amor deles pelo dinheiro. Deus não precisa disso. A vontade de Deus é que as pessoas apenas ajudem umas às outras e intercedam umas pelas outras.
Tese 29
E quem poderia dizer para onde as pessoas que supostamente estariam no purgatório querem ir? Ninguém! Mas as pessoas especulam sobre tudo, inventam sobre tudo, como já fizeram com pessoas que julgam ser santas.
Tese 30
Absolutamente ninguém pode ter certeza se as pessoas que já morreram tiveram arrependimento verdadeiro. Ninguém pode ter certeza se a conduta deles era por remorso ou por amor a Deus. E, ainda mais, ninguém pode ter certeza se estas pessoas alcançaram ou não o perdão total de Deus pelos seus pecados.
Tese 31
É muito difícil encontrar alguém que tem um arrependimento verdadeiro. É muito raro encontrar alguém que pratica sua religião por amor a Deus e não por remorso dos seus erros. Pessoas sinceras assim são os que alcançam o perdão total de seus pecados e são bem poucos que alcançam.
Tese 32
Então, vão para o inferno junto com sua equipe de líderes religiosos aqueles que acreditam e ensinam que as pessoas podem conseguir a salvação através de ofertas em dinheiro.
Tese 33
Pense profundamente e tome muito cuidado com pessoas que ensinam ser mais importante receber o perdão dos pecados pela oração de algum líder religioso, apóstolo, ou o que seja. A graça é um presente de Deus e nós somos reconciliados por ela, independente de ofertas que possamos dar ou de orações de homens que se dizem importantes.
Tese 34
Os homens, para que a religião faça algum sentido, dizem que precisamos passar por algum tipo de sofrimento para alcançar o perdão de Deus. Mas a única coisa pela qual temos que passar é pela graça e pela misericórdia do Senhor mediante nosso arrependimento.
Tese 35
Este ensinamento de que qualquer pessoa pode ser salva do purgatório ou ter suas penalidades pagas através de ofertas e intercessão de terceiros, sem um verdadeiro arrependimento e amor a Deus, não é um ensinamento honesto.
Tese 36
Se a pessoa que crê tem um verdadeiro arrependimento, se tem vergonha na cara e amor a Deus, já recebeu perdão total de toda e qualquer dívida que possa ter. Ela não precisa do perdão de mais ninguém e muito menos fazer ofertas em dinheiro para alcançar sua salvação.
Tese 37
Qualquer pessoa cristã, estando viva ou morta, tem direito a todas as coisas que Cristo ou a Igreja possam oferecer. Todas! Mesmo que não tenha ofertado nada ou participado de coisas como correntes de oração.
Tese 38
Se algum líder religioso quiser dizer que a pessoa está perdoada em Nome de Jesus, tudo bem. Não há problema. Pode ser mesmo que Deus use alguém para declarar a esta pessoa o que está acontecendo no mundo espiritual.
Tese 39
Mas ninguém tem condições de, com coração honesto e utilizando a Bíblia, provar que ofertas em dinheiro tem o mesmo peso de arrependimento verdadeiro e temor de Deus.
Tese 40
Esse arrependimento verdadeiro e o temor de Deus sabem que são merecedores de castigo. Mas quando estas pessoas divulgam o erro, dizendo que ofertas podem livrar dos pecados, fazem com que os outros pensem que podem comprar a Deus se tiverem oportunidade de fazê-lo.
Tese 41
Não quero dizer que as pessoas não devem ofertar. Deve fazer suas ofertas sim. Mas este ensino deve ser cuidadoso para que as pessoas não pensem que suas ofertas na Igreja sejam melhores do que suas ofertas a pessoas necessitadas, ou mesmo pensem que as ofertas são melhores do que elas próprias.
Tese 42
As ofertas em dinheiro para a Igreja não podem ser comparadas com ofertas a pessoas necessitadas. As pessoas também precisam acolher os necessitados e isto é bom diante de Deus.
Tese 43
Os cristãos precisam ser ensinados que não se compra a salvação. Se alguém oferta pensando que está comprando a Deus ou ao seu perdão, era melhor e mais útil que distribuísse seu dinheiro aos pobres.
Tese 44
Pelo menos, distribuindo dinheiro aos pobres, a pessoa cresceria no amor ao próximo, no amor a Deus. Mas quando se oferta para comprar a Deus, a pessoa fica orgulhosa por se achar merecedora de alguma coisa.
Tese 45
Os cristãos precisam ser ensinados que se o próximo está passando necessidade mas ele gasta dinheiro para tentar comprar a Deus, está praticando uma religião que provoca a ira de Deus.
Tese 46
Os cristãos precisam ser ensinados que se eles mesmos estiverem passando necessidade, devem ficar com o dinheiro que tem e não gastá-lo com campanhas inúteis de prosperidade ou coisas assim.
Tese 47
Os cristãos precisam ser ensinados que oferta, campanha, doação e outras coisas como estas não são ordem de Deus, mas são apenas eventos dos quais deve-se participar de livre e espontânea vontade.
Tese 48
Os cristãos precisam ser ensinados que para um líder religioso abençoar uma pessoa é necessário uma oração genuína e fervorosa. Dinheiro não é necessário.
Tese 49
Os cristãos precisam ser ensinados que não é pecado buscar uma melhor condição financeira desde que esta busca e esta ambição não sejam o objeto de sua inteira confiança e desde que, como consequência disto, não se perca o temor de Deus.
Tese 50
Os cristãos precisam ser ensinados que verdadeiros pastores preferem ver os templos reduzidos a cinzas do que sendo edificados às custas da pele, da carne e dos ossos de suas ovelhas.
Tese 51
Os cristãos precisam ser ensinados que os verdadeiros pastores preferem vender seus bens para acudir os necessitados do que o inverso.
Tese 52
Se num sermão o pregador investe tanto ou mais tempo para falar de ofertas e de campanhas do que para pregar a Palavra do Senhor, isto é uma blasfêmia.
Tese 53
Pessoas que proíbem os outros de ler e entender a Palavra de Deus por seu próprio esforço e inteligência são inimigos de Cristo e da Igreja.
Tese 54
Esperar salvação e bênção de Deus por ter ofertado dinheiro é vaidade e mentira, mesmo que o pregador ofereça a própria alma como garantia.
Tese 55
Campanhas, ofertas, doações e outras coisas semelhantes a estas não são o problema em si. O problema é que o Evangelho, essência da vida cristã, precisa ser muito mais valorizado, muito mais cantado e muito mais pregado.
Tese 56
Os verdadeiros tesouros da Igreja não podem ser comprados com dinheiro. Eles geralmente não são mencionados e nem conhecidos de maneira satisfatória dentro das próprias igrejas.
Tese 57
Os verdadeiros bens de um cristão não são passageiros e nem podem ser roubados, não podem se conseguidos com facilidade e nem com dinheiro.
Tese 58
Os maiores tesouros dos cristãos são as obras que Cristo realizou e a comunhão uns com os outros. Estas coisas independem de pregadores gananciosos e são eficientes para salvar nossa alma e produzir frutos.
Tese 59
São Lourenço chamava os pobres de “tesouro da Igreja”, porque na sua época assim as pessoas entendiam.
Tese 60
Por isso eu digo, usando a razão e sem medo ou falsidade, que estes tesouros são as verdadeiras chaves da Igreja, dadas por Cristo.
Tese 61
Alguns pecados podem ser perdoados e absolvidos apenas pela pessoa que foi prejudicada, na presença de um líder ou numa conversa santa entre as partes.
Tese 62
O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.
Tese 63
Mas este tesouro – o Evangelho – é desprezado e odiado porque faz que os primeiros sejam os últimos.
Tese 64
As pessoas acreditam que podem comprar a salvação porque querem passar do último lugar para os primeiros.
Tese 65
O Evangelho da graça de Deus era o tesouro que encantava os ricos e abastados.
Tese 66
A compra de bênçãos, porém, é a rede com a qual se rouba a riqueza das pessoas.
Tese 67
Os pregadores que vendem as bênçãos de Deus são excelentes vendedores. E estes pregadores falam bem da prosperidade porque a venda de bênçãos lhe traz grande prosperidade material.
Tese 68
Ofertar sinceramente também é um ato de intimidade com Deus, um ato de gratidão, imitando a bondade de Deus e a doação que foi feita na cruz.
Tese 69
Não desrespeitem, porém, estes pregadores.
Tese 70
Mantenham os olhos e os ouvidos abertos, para que estas pessoas não tenham lugar onde pregar suas próprias enganações.
Tese 71
Não desrespeitem os pregadores. Mas sejam contrários às suas pregações irresponsáveis e arrogantes. Manifeste sua indignação. Fazendo isso, você será abençoado.
Tese 72
Tome cuidado porém, para não levantar sua voz contra as verdades acerca das ofertas e campanhas de doação.
Tese 73
Quem mente a respeito das ofertas, ainda que seja para proteger, incorre no mesmo erro daquele que mente para se aproveitar do próximo. A única coisa que muda é a intenção.
Tese 74
Pessoas que mentem, tanto para proteger quanto para se aproveitar, prejudicam as ofertas de caridade e a divulgação da verdade através de sua pregação mentirosa.
Tese 75
Quem acha que pode ser perdoado dos seus pecados, ainda que sejam os mais cruéis possíveis, somente através de ofertas financeiras, deve ter algum tipo de atraso mental.
Tese 76
A maior quantia em dinheiro não pode anular nem o menor dos pecados. A culpa da pessoa continua a mesma.
Tese 77
As pessoas, os santos em Cristo, estes tem o dever de perdoar os pecados uns dos outros.
Tese 78
Antes de pensar em bênçãos materiais, as pessoas deveriam pensar nas bênçãos espirituais que lhe foram concedidas: o Evangelho, suas virtudes, seus dons.
Tese 79
Muitos estão blasfemando da cruz de Cristo, pensando que ofertas em dinheiro tem mais valor do que o preço de sangue pago no Calvário.
Tese 80
Os pastores, bispos, apóstolos e teólogos que se omitem perante este tipo de ensino deverão prestar contas a Deus por ficarem em silêncio.
Tese 81
Estes ensinos e pregações, que dão valor irreal e irresponsável ao dinheiro e à prosperidade financeira, fazem com que se torne difícil defender as práticas puras da Igreja diante das pessoas que conhecem somente os abusos e escândalos a respeito destes grupos pseudocristãos.
Tese 82
Por que estes pregadores da prosperidade não oram e abençoam todas as pessoas de sua comunidade? Por que não pedem que todos, sem exceção, prosperem financeiramente? Por que não entram nos hospitais curando todos os doentes? Dizem que seu ministério é algo que foi mandado por Deus, mas se a pessoa não estiver dentro da Igreja para contribuir, fica de fora da bênção.
Tese 83
Por que estes pregadores procuram médicos quando estão doentes? Por que alguns destes pregadores deixam de lado a honestidade e a simplicidade da vida para acumularem cada vez mais riqueza? Esqueceram-se de Deus.
Tese 84
Que tipo de bênção é esta, concedida a um imoral que tenha dinheiro para ofertar mas é negada aos piedosos que não tem dinheiro para fazer parte da corrente ou campanha? Deus não abençoa com amor livre e sem pagamento em dinheiro?
Tese 85
Por que o Antigo Testamento é tão utilizado pelos não-judeus? Somente para resgatar as doutrinas de riqueza, como se estivessem valendo para os dias de hoje!
Tese 86
Por que esses figurões e “apóstolos” não constroem sua carreira honestamente, a partir de seus próprios recursos, sem arrancar a pele do pobre?
Tese 87
Por que não utilizam o dinheiro das ofertas dos ricos para auxiliar na dignidade dos mais pobres?
Tese 88
Imagine só como seria ótimo se todas estas bênçãos fossem concedidas gratuitamente a cada fiel. Imagine se estes pregadores da prosperidade fizessem prosperar apenas uma pessoa por dia, de graça!
Tese 89
Estes aproveitadores da fé dizem que estão interessados na salvação das pessoas mais do que no dinheiro delas. Por que então amedrontam as pessoas com maldições e ameaças?
Tese 90
Estes pregadores, quando são refutados, alegam que os questionadores não tem fé. Alegam que as pessoas pobres não tem fé, assim como as doentes. Isso vai contra toda lógica, faz com que a sociedade perca o respeito pela Igreja e pelos pastores, fazem cair em desgraça o título de “cristão”.
Tese 91
Se houvesse algo de realmente cristão nesta gente, este tipo de doutrina nem teria surgido.
Tese 92
Vão para o inferno estes profetas que dizem ao povo que há paz quando não há paz!
Tese 93
Abençoados sejam aqueles profetas que dizem aos cristãos que na caminhada há cruz e sofrimento, mesmo que o caminho esteja livre e desimpedido.
Tese 94
Os cristãos precisam ser ensinados e encorajados a seguir a Cristo mesmo que através do sofrimento, da morte e do inferno.
Tese 95
É melhor proclamar o Reino dos Céus através das muitas dificuldades enfrentadas do que através de riquezas e consolações sem fundamento.
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Estou chamando todo mundo pra discutir alguns pontos que acho importantes. Comecei a pensar sobre eles porque estou buscando a verdade. Quem quiser falar pessoalmente, estou à disposição. Quem não puder, mande por escrito. Em nome do Senhor Jesus Cristo, amém!
Tese 1
Jesus Cristo, que é nosso Senhor e Mestre, disse pra gente se arrepender dos nossos pecados. É claro que este negócio de arrependimento não acontece só uma vez na vida, porque todo mundo continua pecando. Então, o que Ele ensinou é que devemos nos arrepender todos os dias.
Tese 2
O arrependimento como Jesus ensinou não é o mesmo que a confissão aos padres e o cumprimento de algumas penitências que eles escolhem pras pessoas. As pessoas nem estão se arrependendo, elas pecam, confessam e cumprem a penitência na maior cara-de-pau.
Tese 3
Mas arrependimento de verdade não é só arrependimento no coração, arrependimento por dentro, no quarto fechado. Se o arrependimento não muda sua maneira de viver, nem considero isso como arrependimento. O arrependimento dos pecados tem que me levar para longe dos pecados.
Tese 4
Como a gente tenta mas não consegue abandonar o pecado completamente, o arrependimento e a vergonha pelos nossos pecados já são a penitência que cada um tem que pagar. E se a gente não consegue abandonar completamente o pecado, dá pra saber que deveremos passar por estas coisas a vida toda.
Tese 5
Sobre o arrependimento, já ouvimos um monte de coisas. O grande problema é que as pessoas estão abandonando o arrependimento para seguir procedimentos religiosos.
Tese 6
Quando diz que pode perdoar a dívida que alguém tem com Deus, na verdade o sacerdote está apenas dando um OK para o que Deus já perdoou. A dívida do pecado não é devida a qualquer líder religioso, ela é devida somente a Deus, a não ser que tenha alguma coisa que Deus autorizou ao líder religioso. Nesse caso, o arrependimento seria inútil porque dependeria da boa vontade de quem possui a autoridade para anular ou perdoar a dívida.
Tese 7
Se a pessoa não for humilde o suficiente para perceber o seu erro, se não tem arrependimento, se não é obediente ao que diz a Bíblia, Deus não vai perdoar a dívida mesmo.
Tese 8
Acontece que algumas destas regras que alguns pregadores assinaram a respeito de como os pecados devem ser pagos, são impostas somente a pessoas que estão bem vivas e com saúde para poder pagar da maneira como eles querem. Quem está à beira da morte não precisa pagar nada.
Tese 9
No caso de quem já está morrendo, a pessoa vai se confessar diretamente ao Espírito Santo que não tem nenhum tipo de decreto ou regra sobre estas questões. O Espírito Santo vai entender certinho e não vai ficar fazendo cobranças que a pessoa não pode pagar.
Tese 10
Como a coisa ficou desigual, ou seja, pra quem tá legal é uma regra e pra quem tá morrendo é outra regra, passaram a falar de um lugar novo chamado purgatório. Na minha visão das coisas, isso é tanto uma loucura quanto um ato de má-fé que os líderes religiosos estão querendo colocar na conta de quem está nas últimas. Querem dizer que ele tem que ir pra lá e pagar o que não podia pagar em vida.
Tese 11
Já expliquei a questão lá atrás: o arrependimento e a vergonha na cara já são mais que suficientes, desde que nossa atitude sofra mudanças. Mas o problema deles é que inventaram esse monte de regras e agora essa nova regra sobre purgatório surgiu. De certo, os verdadeiros profetas estavam numa soneca quando os caras inventaram e aprovaram essa maluquice toda.
Tese 12
E tem mais: algumas vezes a pessoa tinha que pagar pelo perdão antes mesmo de ser dado. A pessoa tinha que provar, com o pagamento de certas ofertas, que ela estava sendo sincera, arrependida e envergonhada. Só depois o líder religioso oferecia o perdão.
Tese 13
Pensa um pouco aí: e as pessoas que estavam morrendo? Como iam pagar as penitências que os sacerdotes cobravam? Depois que morreu, não tinha mais como cobrar nada, não tinha como condenar ou tornar inocente. A pessoa morreu e, graças a Deus, foi dispensada de qualquer lei que o líder ou a Igreja tenham inventado.
Tese 14
Se a pessoa que está morrendo não amou a Deus ou ao seu próximo como deveria, ou mesmo se não fez algumas coisas como orar, ler a Bíblia, dar uma esmola, é claro que ela vai ficar com muito medo do que vai acontecer depois da morte. Na verdade, quanto menos ela amou e fez, mais medo ela vai ter.
Tese 15
Esse medo, esse horror todo a respeito do que vai acontecer na outra vida, já é suficiente para causar na pessoa uma angústia muito grande, igual ensinam a respeito do purgatório. A pessoa fica desesperada porque já começa a pensar sobre o sofrimento que a espera.
Tese 16
Esses ensinamentos sobre inferno, purgatório e céu ficaram confusos. Estas três coisas deveriam ser muito diferentes umas das outras, mas do jeito que ensinam, parece que as pessoas precisam escolher entre o desespero completo, o desespero incompleto, o quase desespero ou a certeza do desespero.
Tese 17
Se o que ensinam a respeito do purgatório é verdade, então deveria ser um lugar onde a angústia, o medo e o horror vão diminuindo a cada dia enquanto o amor vai crescendo e aumentando na alma que está sofrendo por lá.
Tese 18
O grande problema desta doutrina do purgatório é que ninguém pode afirmar, por mais boa que seja sua intenção ou seu conhecimento da Bíblia, que no purgatório existem pessoas sofrendo para pagar seus pecados mas que, ao mesmo tempo, não tem o que fazer para pagar, pois suas obras no mundo já estão terminadas. Também não tem como afirmar que estas pessoas estão crescendo no amor pelos outros, pois os vivos estão todos aqui.
Tese 19
E sobre a salvação? Ninguém pode afirmar que as almas que estão no purgatório tem certeza de que vão para o céu e não tenham medo de serem enviadas ao inferno. O mais curioso é que lá no purgatório ninguém sabe, mas aqui as regras que os pregadores ensinam dizem isso com todas as letras.
Tese 20
Quando Deus perdoa alguém, Ele perdoa por completo. Ele esquece. Ele lança no fundo do mar. Mas o líder religioso não quer admitir isso e se finge de desentendido. Esta classe de líderes se esqueceu que a expressão “perdão total de todos os pecados” significa o perdão de todo medo, angústia ou penalidade.
Tese 21
Com isso, muitas pessoas começaram a falar sobre prosperidade financeira, ofertas, correntes e campanhas, aquelas coisas que se fazem para alcançar o perdão dos pecados, incluindo aí ofertas em dinheiro. Estas pessoas que ensinam sobre prosperidade estão erradas porque quem pecou não necessita de obra ou oferta alguma para ser perdoado. Foi uma invenção para colocar sobre os vivos o peso dos pecados de quem já morreu.
Tese 22
O que a pessoa fez nesta vida está feito. Não existe mais nenhuma penalidade ou penitência que possa ser paga e ninguém que esteja vivo pode pagar pelo erro de outra pessoa que esteja no purgatório.
Tese 23
Se existisse perdão total do pecado através das obras, seria concedido somente a pessoas perfeitas, que não existem. Mesmo os mais santos que conhecemos são muito poucos.
Tese 24
Quando não ensinam isto ao povo, na verdade estão enganando os coitados com estas promessas de perdão total através das obras. As pessoas simples de fé acabam se impressionando e acreditando na baboseira deles.
Tese 25
As pessoas precisam entender que apóstolo não tem mais poder do que um bispo ou um pastor em sua pequena igreja. Não tem como colocar e nem tirar as pessoas do purgatório, não tem como salvar a alma de ninguém, tanto dos que pagam como dos que não pagam, mesmo que sejam seus familiares.
Tese 26
Se estas pessoas são tão poderosas quanto dizem, por que o não utilizam este poder para liberar as pessoas do inferno e do sofrimento? Porque eles não possuem este poder! Por isso afirmam que as almas precisam ser ajudadas através das ofertas ou da oração pelos que já morreram.
Tese 27
Isso virou um comércio, um negócio. Dizem para as pessoas mais simples que no momento em que as moedas fazem barulho ao bater no fundo da caixa de ofertas, a alma pela qual o fiel está pagando é libertada do purgatório.
Tese 28
Na verdade, quando as moedas fizerem barulho no fundo da caixa de ofertas, vai fazer crescer e aumentar o lucro dos mercenários e o amor deles pelo dinheiro. Deus não precisa disso. A vontade de Deus é que as pessoas apenas ajudem umas às outras e intercedam umas pelas outras.
Tese 29
E quem poderia dizer para onde as pessoas que supostamente estariam no purgatório querem ir? Ninguém! Mas as pessoas especulam sobre tudo, inventam sobre tudo, como já fizeram com pessoas que julgam ser santas.
Tese 30
Absolutamente ninguém pode ter certeza se as pessoas que já morreram tiveram arrependimento verdadeiro. Ninguém pode ter certeza se a conduta deles era por remorso ou por amor a Deus. E, ainda mais, ninguém pode ter certeza se estas pessoas alcançaram ou não o perdão total de Deus pelos seus pecados.
Tese 31
É muito difícil encontrar alguém que tem um arrependimento verdadeiro. É muito raro encontrar alguém que pratica sua religião por amor a Deus e não por remorso dos seus erros. Pessoas sinceras assim são os que alcançam o perdão total de seus pecados e são bem poucos que alcançam.
Tese 32
Então, vão para o inferno junto com sua equipe de líderes religiosos aqueles que acreditam e ensinam que as pessoas podem conseguir a salvação através de ofertas em dinheiro.
Tese 33
Pense profundamente e tome muito cuidado com pessoas que ensinam ser mais importante receber o perdão dos pecados pela oração de algum líder religioso, apóstolo, ou o que seja. A graça é um presente de Deus e nós somos reconciliados por ela, independente de ofertas que possamos dar ou de orações de homens que se dizem importantes.
Tese 34
Os homens, para que a religião faça algum sentido, dizem que precisamos passar por algum tipo de sofrimento para alcançar o perdão de Deus. Mas a única coisa pela qual temos que passar é pela graça e pela misericórdia do Senhor mediante nosso arrependimento.
Tese 35
Este ensinamento de que qualquer pessoa pode ser salva do purgatório ou ter suas penalidades pagas através de ofertas e intercessão de terceiros, sem um verdadeiro arrependimento e amor a Deus, não é um ensinamento honesto.
Tese 36
Se a pessoa que crê tem um verdadeiro arrependimento, se tem vergonha na cara e amor a Deus, já recebeu perdão total de toda e qualquer dívida que possa ter. Ela não precisa do perdão de mais ninguém e muito menos fazer ofertas em dinheiro para alcançar sua salvação.
Tese 37
Qualquer pessoa cristã, estando viva ou morta, tem direito a todas as coisas que Cristo ou a Igreja possam oferecer. Todas! Mesmo que não tenha ofertado nada ou participado de coisas como correntes de oração.
Tese 38
Se algum líder religioso quiser dizer que a pessoa está perdoada em Nome de Jesus, tudo bem. Não há problema. Pode ser mesmo que Deus use alguém para declarar a esta pessoa o que está acontecendo no mundo espiritual.
Tese 39
Mas ninguém tem condições de, com coração honesto e utilizando a Bíblia, provar que ofertas em dinheiro tem o mesmo peso de arrependimento verdadeiro e temor de Deus.
Tese 40
Esse arrependimento verdadeiro e o temor de Deus sabem que são merecedores de castigo. Mas quando estas pessoas divulgam o erro, dizendo que ofertas podem livrar dos pecados, fazem com que os outros pensem que podem comprar a Deus se tiverem oportunidade de fazê-lo.
Tese 41
Não quero dizer que as pessoas não devem ofertar. Deve fazer suas ofertas sim. Mas este ensino deve ser cuidadoso para que as pessoas não pensem que suas ofertas na Igreja sejam melhores do que suas ofertas a pessoas necessitadas, ou mesmo pensem que as ofertas são melhores do que elas próprias.
Tese 42
As ofertas em dinheiro para a Igreja não podem ser comparadas com ofertas a pessoas necessitadas. As pessoas também precisam acolher os necessitados e isto é bom diante de Deus.
Tese 43
Os cristãos precisam ser ensinados que não se compra a salvação. Se alguém oferta pensando que está comprando a Deus ou ao seu perdão, era melhor e mais útil que distribuísse seu dinheiro aos pobres.
Tese 44
Pelo menos, distribuindo dinheiro aos pobres, a pessoa cresceria no amor ao próximo, no amor a Deus. Mas quando se oferta para comprar a Deus, a pessoa fica orgulhosa por se achar merecedora de alguma coisa.
Tese 45
Os cristãos precisam ser ensinados que se o próximo está passando necessidade mas ele gasta dinheiro para tentar comprar a Deus, está praticando uma religião que provoca a ira de Deus.
Tese 46
Os cristãos precisam ser ensinados que se eles mesmos estiverem passando necessidade, devem ficar com o dinheiro que tem e não gastá-lo com campanhas inúteis de prosperidade ou coisas assim.
Tese 47
Os cristãos precisam ser ensinados que oferta, campanha, doação e outras coisas como estas não são ordem de Deus, mas são apenas eventos dos quais deve-se participar de livre e espontânea vontade.
Tese 48
Os cristãos precisam ser ensinados que para um líder religioso abençoar uma pessoa é necessário uma oração genuína e fervorosa. Dinheiro não é necessário.
Tese 49
Os cristãos precisam ser ensinados que não é pecado buscar uma melhor condição financeira desde que esta busca e esta ambição não sejam o objeto de sua inteira confiança e desde que, como consequência disto, não se perca o temor de Deus.
Tese 50
Os cristãos precisam ser ensinados que verdadeiros pastores preferem ver os templos reduzidos a cinzas do que sendo edificados às custas da pele, da carne e dos ossos de suas ovelhas.
Tese 51
Os cristãos precisam ser ensinados que os verdadeiros pastores preferem vender seus bens para acudir os necessitados do que o inverso.
Tese 52
Se num sermão o pregador investe tanto ou mais tempo para falar de ofertas e de campanhas do que para pregar a Palavra do Senhor, isto é uma blasfêmia.
Tese 53
Pessoas que proíbem os outros de ler e entender a Palavra de Deus por seu próprio esforço e inteligência são inimigos de Cristo e da Igreja.
Tese 54
Esperar salvação e bênção de Deus por ter ofertado dinheiro é vaidade e mentira, mesmo que o pregador ofereça a própria alma como garantia.
Tese 55
Campanhas, ofertas, doações e outras coisas semelhantes a estas não são o problema em si. O problema é que o Evangelho, essência da vida cristã, precisa ser muito mais valorizado, muito mais cantado e muito mais pregado.
Tese 56
Os verdadeiros tesouros da Igreja não podem ser comprados com dinheiro. Eles geralmente não são mencionados e nem conhecidos de maneira satisfatória dentro das próprias igrejas.
Tese 57
Os verdadeiros bens de um cristão não são passageiros e nem podem ser roubados, não podem se conseguidos com facilidade e nem com dinheiro.
Tese 58
Os maiores tesouros dos cristãos são as obras que Cristo realizou e a comunhão uns com os outros. Estas coisas independem de pregadores gananciosos e são eficientes para salvar nossa alma e produzir frutos.
Tese 59
São Lourenço chamava os pobres de “tesouro da Igreja”, porque na sua época assim as pessoas entendiam.
Tese 60
Por isso eu digo, usando a razão e sem medo ou falsidade, que estes tesouros são as verdadeiras chaves da Igreja, dadas por Cristo.
Tese 61
Alguns pecados podem ser perdoados e absolvidos apenas pela pessoa que foi prejudicada, na presença de um líder ou numa conversa santa entre as partes.
Tese 62
O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.
Tese 63
Mas este tesouro – o Evangelho – é desprezado e odiado porque faz que os primeiros sejam os últimos.
Tese 64
As pessoas acreditam que podem comprar a salvação porque querem passar do último lugar para os primeiros.
Tese 65
O Evangelho da graça de Deus era o tesouro que encantava os ricos e abastados.
Tese 66
A compra de bênçãos, porém, é a rede com a qual se rouba a riqueza das pessoas.
Tese 67
Os pregadores que vendem as bênçãos de Deus são excelentes vendedores. E estes pregadores falam bem da prosperidade porque a venda de bênçãos lhe traz grande prosperidade material.
Tese 68
Ofertar sinceramente também é um ato de intimidade com Deus, um ato de gratidão, imitando a bondade de Deus e a doação que foi feita na cruz.
Tese 69
Não desrespeitem, porém, estes pregadores.
Tese 70
Mantenham os olhos e os ouvidos abertos, para que estas pessoas não tenham lugar onde pregar suas próprias enganações.
Tese 71
Não desrespeitem os pregadores. Mas sejam contrários às suas pregações irresponsáveis e arrogantes. Manifeste sua indignação. Fazendo isso, você será abençoado.
Tese 72
Tome cuidado porém, para não levantar sua voz contra as verdades acerca das ofertas e campanhas de doação.
Tese 73
Quem mente a respeito das ofertas, ainda que seja para proteger, incorre no mesmo erro daquele que mente para se aproveitar do próximo. A única coisa que muda é a intenção.
Tese 74
Pessoas que mentem, tanto para proteger quanto para se aproveitar, prejudicam as ofertas de caridade e a divulgação da verdade através de sua pregação mentirosa.
Tese 75
Quem acha que pode ser perdoado dos seus pecados, ainda que sejam os mais cruéis possíveis, somente através de ofertas financeiras, deve ter algum tipo de atraso mental.
Tese 76
A maior quantia em dinheiro não pode anular nem o menor dos pecados. A culpa da pessoa continua a mesma.
Tese 77
As pessoas, os santos em Cristo, estes tem o dever de perdoar os pecados uns dos outros.
Tese 78
Antes de pensar em bênçãos materiais, as pessoas deveriam pensar nas bênçãos espirituais que lhe foram concedidas: o Evangelho, suas virtudes, seus dons.
Tese 79
Muitos estão blasfemando da cruz de Cristo, pensando que ofertas em dinheiro tem mais valor do que o preço de sangue pago no Calvário.
Tese 80
Os pastores, bispos, apóstolos e teólogos que se omitem perante este tipo de ensino deverão prestar contas a Deus por ficarem em silêncio.
Tese 81
Estes ensinos e pregações, que dão valor irreal e irresponsável ao dinheiro e à prosperidade financeira, fazem com que se torne difícil defender as práticas puras da Igreja diante das pessoas que conhecem somente os abusos e escândalos a respeito destes grupos pseudocristãos.
Tese 82
Por que estes pregadores da prosperidade não oram e abençoam todas as pessoas de sua comunidade? Por que não pedem que todos, sem exceção, prosperem financeiramente? Por que não entram nos hospitais curando todos os doentes? Dizem que seu ministério é algo que foi mandado por Deus, mas se a pessoa não estiver dentro da Igreja para contribuir, fica de fora da bênção.
Tese 83
Por que estes pregadores procuram médicos quando estão doentes? Por que alguns destes pregadores deixam de lado a honestidade e a simplicidade da vida para acumularem cada vez mais riqueza? Esqueceram-se de Deus.
Tese 84
Que tipo de bênção é esta, concedida a um imoral que tenha dinheiro para ofertar mas é negada aos piedosos que não tem dinheiro para fazer parte da corrente ou campanha? Deus não abençoa com amor livre e sem pagamento em dinheiro?
Tese 85
Por que o Antigo Testamento é tão utilizado pelos não-judeus? Somente para resgatar as doutrinas de riqueza, como se estivessem valendo para os dias de hoje!
Tese 86
Por que esses figurões e “apóstolos” não constroem sua carreira honestamente, a partir de seus próprios recursos, sem arrancar a pele do pobre?
Tese 87
Por que não utilizam o dinheiro das ofertas dos ricos para auxiliar na dignidade dos mais pobres?
Tese 88
Imagine só como seria ótimo se todas estas bênçãos fossem concedidas gratuitamente a cada fiel. Imagine se estes pregadores da prosperidade fizessem prosperar apenas uma pessoa por dia, de graça!
Tese 89
Estes aproveitadores da fé dizem que estão interessados na salvação das pessoas mais do que no dinheiro delas. Por que então amedrontam as pessoas com maldições e ameaças?
Tese 90
Estes pregadores, quando são refutados, alegam que os questionadores não tem fé. Alegam que as pessoas pobres não tem fé, assim como as doentes. Isso vai contra toda lógica, faz com que a sociedade perca o respeito pela Igreja e pelos pastores, fazem cair em desgraça o título de “cristão”.
Tese 91
Se houvesse algo de realmente cristão nesta gente, este tipo de doutrina nem teria surgido.
Tese 92
Vão para o inferno estes profetas que dizem ao povo que há paz quando não há paz!
Tese 93
Abençoados sejam aqueles profetas que dizem aos cristãos que na caminhada há cruz e sofrimento, mesmo que o caminho esteja livre e desimpedido.
Tese 94
Os cristãos precisam ser ensinados e encorajados a seguir a Cristo mesmo que através do sofrimento, da morte e do inferno.
Tese 95
É melhor proclamar o Reino dos Céus através das muitas dificuldades enfrentadas do que através de riquezas e consolações sem fundamento.
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