Como Águias, Serpentes e Navios


Estas três coisas parecem-me maravilhosas; e há até uma quarta que eu não compreendo: O caminho da águia no céu, o caminho duma serpente deslizando nas rochas, o caminho dum navio no alto mar e o desenvolvimento do amor entre um homem e uma moça.
Provérbios 30:18

Mensagem compartilhada entre os convidados do casamento de Viviane e Kairo, em 04/06/2016.

Nos dias de hoje há uma pergunta que intriga muita gente: por que as pessoas ainda se casam? Por que tanta festa, tanta flor, tanta roupa bonita com gente bem arrumada? Por que um casal ainda procura a Deus para renovar seus votos? A sociedade já não lhes cobra nada. Ninguém lhes obrigou a nada. É um mistério a ser resolvido.

Há mais de 25 séculos, Agur pensou a mesma coisa. Após sua reflexão, produziu o texto de Provérbios 30.18, transcrito logo aí em cima, na versão "O Livro". Sabemos que é um enigma, onde o autor propõe que a quarta coisa - o amor entre um homem e uma moça - é ainda mais sublime que as outras três. Podemos tirar lições preciosas deste enigma.

1. Não Há Caminhos Pré-Estabelecidos

O que há em comum nestas quatro coisas que Agur citou é que não há qualquer caminho estabelecido anteriormente. Não há estradas, nem placas de advertência, nem avisos. A águia no céu, a serpente na rocha e o navio no alto mar traçam seu próprio caminho dependendo dos seus objetivos e da sua perspicácia.

Assim também é o casamento: não há manual ou guia, nem placas na estrada. Os exemplos de família que temos não são a verdade absoluta e, embora possam ser utilizados em parte, o novo casal precisa saber que está formando uma nova família. Não é uma cópia da casa de seus pais. Não é uma réplica dos livros de auto-ajuda. É uma família totalmente nova que deverá aprender como se conduzir durante a própria caminhada. É um lar novo, único e singular.

2. Águia: Dois em Um

Na primeira comparação, Agur diz que o amor de um casal é como o caminho da águia no céu. A águia é conhecida por sua capacidade de alçar grandes voos. Porém, para atingir seus objetivos no voo, a águia precisa de pares: um par de olhos e um par de asas. Os dois olhos, juntos, dão à águia uma noção perfeita de profundidade e distância. Se um dos olhos falhar, a águia não poderá confiar totalmente no que está vendo. As asas, então, são essenciais: uma asa danificada comprometerá todo o voo. Embora olhos e asas estejam em pares, cumprem a mesma função no mesmo corpo e precisam se mover em harmonia.

Quando Deus instituiu o casamento, disse que o homem e a mulher deixariam o lar de seus pais e se tornariam uma só carne. É óbvio que ainda permanecerão separados fisicamente, mas os planos, a alma, os objetivos, a vida será partilhada ao máximo. Serão como asas separadas, mas alçando o mesmo voo. Serão como olhos separados, mas mirando um mesmo objetivo. Se o marido falhar nesta unidade, o objetivo da família fica comprometido. O mesmo acontece com a esposa.

3. Serpente: Atenção aos Detalhes

Já a serpente que rasteja sobre as rochas precisa ter uma capacidade diferente da águia. Enquanto a águia contempla o macro, a serpente se atenta aos detalhes. Enquanto se locomove, precisa observar as fendas, as touceiras de mato, as tocas, as curvas da rocha. Coisas que a águia não enxerga, mas que estão lá e servem de referência.

Um casamento também dará certo quando se dá atenção aos detalhes. Muitos casais falharam ou deixaram passar coisas que consideravam pequenas e que se acumularam durante muito tempo. A palavra ríspida, a falta de carinho, um hábito irritante, uma mudança interior que nunca foi tentada. Muitas coisas poderiam ser citadas. Elas vão minando o amor aos poucos e são quase imperceptíveis. As rachaduras vão se formando. Geralmente, quando tudo desmorona, já é tarde demais. Prestar atenção aos detalhes, como a serpente faz quando está na rocha, é uma necessidade no lar.

4. Navio em Alto Mar: o Mais Importante de Tudo

A águia e a serpente possuem uma vantagem em relação ao navio: as referências estão disponíveis. A águia pode se guiar pelas montanhas, árvores e rios. A serpente pelos detalhes na rocha e no solo. Mas o navio, quando está no alto mar, não possui referência alguma pois o mar muda constantemente. Quando o porto deixa de estar visível, os marinheiros recorrem a uma referência essencial: as estrelas. Utilizavam mapas e aparelhos, como o astrolábio e o sextante, para traçar sua rota enquanto olhavam para o céu. Na época de Agur não havia o GPS.

Muitas vezes, no casamento, tomamos rumos que nos afastam da segurança do cais. Deixamos o porto e vamos nos embrenhando por mares desconhecidos, talvez de maneira intencional, mas também pode ser involuntariamente. Talvez uma enfermidade, um problema financeiro, uma questão familiar que nunca foi enfrentada antes. Quando os problemas se avolumam e começam a se lançar contra o casal, sabemos que o mar está revolto e que a segurança da navegação está em risco.

Neste momento a Bíblia nos mostra a saída: olhe sempre para o céu. Jesus nos prometeu que estaria todos os dias conosco, durante toda a nossa vida. Ele não falha e jamais falhará. Quando perder o porto de vista, o horizonte estiver formado por ondas e mais ondas, a embarcação estiver sofrendo, olhe para Deus e trace a rota do casamento baseados naquilo que Ele lhes mostrar. Os problemas sempre vêm. Mas Deus sempre está presente.

Comentários

  1. Pr. Rogério, muito obrigada por este texto,Deus falou mto comigo,Deus o abençoe grandemente.abçs Giselle.

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