Do castigo do corpo
Há muitos que, quando pecam ou são injuriados, com frequência acusam ao inimigo ou ao próximo. Mas não é assim, porque cada um tem sob seu poder o inimigo, ou seja, o corpo, por meio do qual peca. Por isso, bem aventurado aquele servo (Mateus 24.46) que tem sempre cativo a tal inimigo entregue a seu poder, e se guarda sabiamente dele; porque, fazendo isto, nenhum outro inimigo, visível ou invisível, poderá causar-lhe dano.
Da correção
Bem aventurado o servo que suporta pacientemente a advertência, acusação e repreensão que procede de outro, como se procedesse de si mesmo. Bem aventurado o servo que, repreendido, aceita bondosamente, com vergonha se submete, humildemente confessa e alegremente se satisfaz. Bem aventurado o servo que não é ligeiro para desculpar-se, mas que humildemente suporta a vergonha e a repreensão por um pecado, mesmo quando não é o culpado.
Da humildade
Bem aventurado o servo a quem se encontra tão humilde entre seus subordinados, como se estivesse entre seus senhores. Bem aventurado o servo que permanece sempre sob a vara da correção. É servo fiel e prudente (conforme Mateus 24.45) o que, em todas suas faltas, não tarda em castigar-se interiormente através da contrição e exteriormente pela confissão e satisfação pela obra.
De novo sobre o mesmo
Bem aventurado o servo que ama e respeita tanto a seu irmão quando está longe dele como quando está com ele, e não diz nada por trás dele que não possa dizer com amor diante dele.
São Francisco de Assis
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