Os Pequenos Irmãos

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Quando São Francisco de Assis fundou sua Ordem, a dos Pequenos Irmãos, instituiu preceitos a serem seguidos pelos frades que se filiassem a ela. Algumas das regras estão abaixo:

Que os irmãos não recebam dinheiro

Ordeno firmemente a todos os irmãos que de modo nenhum recebam dinheiro ou oferta para si ou como intermediário de alguém. A não ser para as necessidades dos enfermos e para vestir a outros irmãos, somente os ministros e os monges, por meio de amigos espirituais, tenham muito cuidado, conforme os lugares e tempos e regiões frias, como vejam que convém à necessidade; isto sempre lembrando que, como disse, não recebam dinheiro ou oferta.

Que de nada se apropriem os irmãos, e sobre pedir esmola e sobre os irmãos enfermos

Os irmãos de nada se apropriem, nem casa, nem lugar, nem coisa alguma. E como peregrinos e estrangeiros (conforme 1 Pedro 2.11) neste século, servindo ao Senhor em pobreza e humildade, vivam por doações confiadamente, e não devem envergonhar-se, porque o Senhor se fez pobre por nós neste mundo (conforme 2 Coríntios 8.9). Esta é aquela virtude da altíssima pobreza, que vós, caríssimos irmãos meus, fostes constituídos herdeiros e reis do reino dos céus, e pobres de coisas, mas sublimes em virtudes (conforme Sant 2.5). Esta seja a vossa porção, que conduz à terra dos viventes (conforme Salmos 141.6). Dedicando-se totalmente a isto, amadíssimos irmãos, pelo nome do nosso Senhor Jesus Cristo, nenhuma outra coisa jamais queirais ter debaixo do céu. E, onde quer que estejam e se encontrem os irmãos, mostrem-se familiares mutuamente entre si. E confiadamente manifeste um ao outro sua necessidade, porque, se a mãe cuida e ama a seu filho (conforme 1 Tessalonicenses 2.7) carnal, quanto mais amorosamente deve cada um amar e cuidar de seu irmão espiritual? E, se algum deles caia em enfermidade, os outros irmãos devem servir como gostariam eles de ser servidos (conforme Mateus 7.12).

Da maneira de servir e trabalhar

Todos os irmãos, em qualquer lugar em que se encontrem, em casa de outros para servir ou trabalhar, não sejam mordomos nem garçons, nem estejam à frente das casas em que servem, nem aceitem ofício que possa gerar escândalo ou cause prejuízo para sua alma (conforme Marcos 8.16), mas que sejam os menores e submissos de todos os que estão na mesma casa. E os irmãos que sabem trabalhar, trabalhem e exerçam o mesmo ofício que conhecem, se isto não for contrário à saúde da alma e pode ser realizado com decência. Pois diz o profeta: Comerás do fruto do teu trabalho, serás feliz e te irá bem (Salmos 127.2); e o apóstolo: O que não quiser trabalhar, não coma (conforme 2 Tessalonicenses 3.10); e: cada um permaneça na arte e ofício em que foi chamado (conforme 1 Coríntios 7.24). E pelo trabalho poderão receber todas as coisas necessárias, exceto dinheiro. E quando for necessário, peçam doações como os outros pobres. E será permitido ter as ferramentas e instrumentos convenientes para seus ofícios. Todos os irmãos apliquem-se no fazer boas obras, porque está escrito: faça sempre algo bom, para que o diabo te encontre ocupado. E novamente: a ociosidade é inimiga da alma. Por isso, os servos de Deus devem perseverar sempre na oração ou em alguma boa obra. Os irmãos devem guardar-se, onde quer que estejam, em solidão ou em outros lugares, de apropriar-se de lugar nenhum nem de defender-se contra alguém. E qualquer que venha a este lugar, amigo ou adversário, ladrão ou vagabundo, seja recebido bondosamente. E onde quer que estejam os irmãos e em qualquer lugar que se encontrem, devem voltar-se à vida espiritual e caridosa e honrarem-se uns aos outros sem murmuração (1 Pedro 4.9). E guardem-se de se manifestar externamente tristes e hipócritas sombrios; manifestem-se, pelo contrário, felizes no Senhor (conforme Filipenses 4.4), e alegres e convenientemente amáveis.

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