Natal foi Ontem, é Hoje e será Amanhã



“Em Antioquia, os discípulos foram pela primeira vez chamados cristãos”. (Atos 11:26)

Nesta época do ano é comum vermos revistas, jornais e redes sociais bradando que Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro. Não é uma ideia nova. Realmente, esta data foi escolhida pela Igreja para abafar a festa de adoração a Mitra, que acontecia no mesmo dia. Aconteceu uma ressignificação e os cristãos, assim como o mundo ocidental, passaram a comemorar o nascimento de Jesus em Belém.

Em qual dia, então, Jesus nasceu? Nunca vamos saber o dia exato daquele evento em Belém da Judeia. Mas em Antioquia observou-se um fenômeno estranho. Os habitantes daquela cidade começaram a perceber que Jesus nascia dentro dos discípulos que haviam andado com Ele. E, por isso, passaram a chamá-los de cristãos, uma transliteração de “pequenos cristos”. Ou, se você achar mais legal, foram chamados de “cristinhos”.

Note o religioso Nicodemos encontrando-se com Jesus lá em João 3. Ele achava que o “ser filho de Deus” era algo que acontecia de fora para dentro. Era – e ainda é – o pensamento religioso em ação. “Se eu fizer o bem, se distribuir brinquedos, se for ao culto, se participar do coral, se me esforçar bastante...” É muito triste. Jesus olhou para ele e disse que não tinha como transformar uma coisa nascida da carne em algo espiritual. Era necessário nascer de novo. Era necessário para Nicodemos, para os discípulos daquela época e de hoje, se tornarem “cristinhos”.

Assim como aconteceu em Belém, deixar Cristo nascer dentro da gente não é lá muito agradável. O lugar não é o mais apropriado para Jesus começar a existir. Talvez aconteçam algumas brigas com pessoas que não gostem deste novo nascimento. Talvez apareçam anjos cantando, talvez não. Talvez pessoas sábias façam visitas, talvez não. Em todos os casos, é necessário deixar coisas para trás e ir em direção ao novo.

Pensando nisso, é certo dizer que o Natal, para os “cristinhos”, acontece todos os dias. Foi ontem, é hoje e será amanhã. Será em março, em junho e em setembro. Será nos momentos felizes e nos dias difíceis. Todos os dias é preciso matar um pouco do desejo pessoal e deixar Jesus nascer e tomar conta do interior. Se a generosidade, a bondade e a alegria fizerem parte da vida somente no fim de dezembro, a religião domina e não deixa o verdadeiro Cristo nascer.


Então, fica o desejo de um Feliz Natal, hoje e sempre.

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