Robôs Transformarão as Redes de Alimentação


Artigo original por Alana Semuels. Esta é a tradução de apenas uma parte do artigo completo. Imagem por Steve Scott.

O restaurante henn-ha, na periferia de Nagasaki, Japão, já tem sua comida preparada por uma série de robôs humanóides com a aparência do Exterminador do Futuro. O "chef de cozinha", apelidado de Andrew, é especializado em fazer okonomiyaki, um tipo de panqueca japonesa. Com seus dois longos braços, ele unta uma tijela de metal antes de colocá-la no fogo. Enquanto espera a tijela esquentar, ele diz, em japonês, como gosta do seu trabalho. Seus colegas, enquanto isso, fritam donuts, montam sorvetes sobre os cones e preparam bebidas. Inclusive gim com tônica.

A HIS, empresa que controla o restaurante, diz que a automação parte da necessidade. A população japonesa está decrescendo e a economia aumentando, com uma taxa de desemprego de 2,8%. "Usar robôs faz sentido em um país como o Japão, onde é difícil encontrar funcionários", disse o CEO Hideo Sawada.

A expectativa é de que 70% dos trabalhos em hotéis japoneses sejam automatizados nos próximos cinco anos. "Em cerca de 2 anos já temos o retorno do investimento. Eles trabalham 24 horas por dia, sem férias, com melhor custo-benefício".

Estes empregos estão condenados por estas hordas de robôs? Muitos especialistas dizem que não, porque os humanos possuem um toque que estes robôs não possuem. Quando pedem um café em um hotel, humanos também querem interagir com outros humanos - ou pelo menos tentam. As empresas não poderão utilizar robôs em setores onde é necessário manter este relacionamento. Isso quer dizer que a automação não vai, necessariamente, cortar empregos humanos.

Os preços da automação estão caindo. De 2005 para cá, já está 40% mais barato automatizar um restaurante. Empresários insistem em dizer que estes robôs ficarão com os empregos sujos, perigosos ou tediosos, liberando os humanos para focar em outras tarefas. A hamburgueria CaliBurger, por exemplo, instalará um robô na cozinha capaz de virar 150 hambúrgueres em 1 hora. John Miller, CEO do Cali Group, comprador do robô, diz que empregados não gostam de ficar diante da chapa quente. Uma vez que um robô está suando na cozinha, os empregados ficam livres para interagir com os clientes de maneiras diversas, desde levar um guardanapo à mesa até procurar saber o que eles acharam da comida. Blaine Hurst, CEO e presidente da Panera, substituiu os caixas por robôs e colocou os humanos dos caixas em outra função. Os clientes pedem a comida em uma tela, pagam e, quando antes retiravam a comida no quiosque, são servidos pelos funcionários que trazem a comida diretamente da cozinha para as mesas.

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